
O tempo passa, as coisas mudam o tempo todo.
Amizades, algumas lembranças, nosso modo de ver e sentir a vida. Mas algo que não muda e não se perde, pelo menos em mim, é a doce lembrança de minha doce infância. Lembro de mim super sapequinha, fazendo piquenique, brincando de pegá (era assim que nos referíamos ao pega-pega), de casinha, de comidinha (fazíamos fogueirinha de verdade, e a gente nem se queimava), pulávamos muros sem pensar nas consequências de um possível cão feroz, ficávamos de noite sentados na calçada contando histórias - quem sabe - ou estórias de terror (e depois quem disse que conseguíamos dormir?!) rsrsrs. Pedalávamos a tarde todinha de bike, sentávamos da beira da ponte pênsil de pernas para fora, jogávamos vôlei no meio da estrada, porque carro passando pela rua? Quase artigo de luxo! Tanto é que, amarrávamos de uma ponta a outra uma corda de varal para fazer de rede. uHAUhaUA. Terapia? Terapia era sentar no barco e ir pescar com os tios, e a cada peixinho pescado, voltavam para a água - sem que o meu tio visse, lógico - porque dava uma dózinha dos peixinhos! E claro que, se não fizéssemos isso, de terapia se tornaria trauma "pós assassinato". Coisas de criançinha né! Seee beeem que eu acho que faria isso novamente. :D
Nossa... e os gatos, cachorros, cavalos, galinhas e seus pintinhos? Tudo junto e misturado. Diversão era berrar em direção ao morro só para ouvir o eco. Na minha ingenuidade, eu pensava... _ Será que tem outra criança como eu que me imita lá no morro?!
Bah, e sabe qual é a outra das minhas ótimas lembranças? Meu avô Nelinho Purcina, juntamente com seus amigos gaiteiros cantando Músicas do Galo (tradicional no interior). Juro que se eu pudesse voltaria a essa época. E nós, os irmaozinhos, priminhos, ficávamos ali madrugada a dentro. Caretice, coisas de "velho"? NUNCA!!! Puro prazer e orgulho mesmo.
Carro do ano? Pra quêêê? Se o maior prazer e conforto era andar de aranha (charrete) em cima de um pelego de ovelha, tendo como motorista meu divino avô e seu chapéuzinho estilo ipanema? A cada buraco na estrada de arião, um pulão do assento. E assim vivíamos, felizes, despreocupados, cheios de orgulho bom da família de bem, religiosa, amorosa... Minha maior herança é meu passado. Gratidão eterna a duas pessoas na qual eu amo e amarei eternamente... Meu avô Manuel Antunes de Souza e minha avó Ema Holthausen de Souza.
Só para relatar algo lúdico: fatos como boitatá, mulher de branco, história do moço mais lindo da festa se transformar no bicho feio com pata e rabo do coisa ruim, porque foi ao baile na Quaresma, ter visto o coisa ruim na mata quando ia caçar mata a dentro... Se acredito até hoje?!
ACREDITO SIIIM, e sabe porquê?! Só porque foi MEU AVÔ que me contava. Sentados nós dois na varanda com a brisa e o cheiro do mato, ele confeccionava catavento com varetinha e fazia as hélices com plásticos de garrafa de vinagre (aquela branca) e de pote de margarina Claybon.
Enfim, por fim, esse é o Fim. (da escrita, não da continuidade aqui em mim vivida).
♥+♥=♥
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